sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

O corpo

O corpo já foi pensado de diversas maneiras através dos tempos e assumiu diversos significados. Os gregos tinham o corpo como uma combinação de três elementos: a alma, a razão e a pulsão. A idade média dividiu o corpo em dois elementos, alma e razão. O homem renascentista acreditava no corpo como ferramenta, um corpo produtivo. A pós-modernidade tratou de esvaziar o corpo por completo. Não chegamos a atingir a concisão de uma unidade orgânica. Muito pelo contrário, transformamos o corpo em um suporte midiático que nos permite transitar por diversas realidades. A roupa que usamos define a tribo que pertencemos, passamos a classificar as pessoas pelos acessórios que encontramos nelas. Basta cortar o cabelo para passar de nerd para punk ou skinhead, a ideologia não importa mais do que a aparência.
Virilio nos fala a respeito do impacto tecnológico no cotidiano das pessoas. Em uma época tão acelerada como a nossa o corpo orgânico tornou-se ultrapassado. Somos forçados a adequar nossa carcaça obsoleta ao ritmo do mundo, remédio para a memória, cafeína para se manter desperto e tudo que lhe ajudar a se transformar em um cyborg.
Chegamos ao absurdo de atribuirmos nossas vidas a um avatar. Transferimos nossas características para essa representação gráfica e substituímos os acontecimentos reais eventos virtuais (Secound life, The Sims).

Um comentário:

  1. Corrigindo: Transferimos nossas características para essa representação gráfica e substituímos os acontecimentos reais por eventos virtuais (Secound life, The Sims).

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