segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

Mundo das ilusões

Os filmes Hollywoodianos, ao contarem histórias sobre deuses, demônios, alienígenas e máquinas pensantes acabam esbarrando na questão da sociedade de consumo e da relação entre o consumidor e o produtor.
A dialética do senhor e do escravo de Hegel consiste no senhor que escraviza o outro para que seus desejos sejam atendidos. Mas, estando nessa posição, o escravo fica em uma posição em que pode manipular os desejos de seu opressor, de forma a condená-lo à uma vida artificial.
Essa é a relação existente na sociedade de consumo entre o consumidor e o produtor: o consumidor se utiliza do produtor para realizar seus desejos, mas acaba tendo seus desejos manipulado à consumir mais pelo mesmo que pensa dominar.
Vemos isso nos filmes quando há uma luta entre o bem e o mal (que pode ser apresentado de diversas formas), onde o mocinho é benevolente e atraente e o mal é feio e desagradável. A realidade é manipulada por esse mal e o herói enfrenta-o para que a ordem seja restabelecida. Nota-se no entanto, que o consumidor não quer substituir o trabalho, mas somente quer que a manipulação acabe.
Esse tema está presente em muito filmes, sendo que Metrópolis e Matrix são citados como exemplo por Boris Groys, mas possuem uma diferença: no primeiro, a vitória é alcançada, mas no segundo, o herói é derrotado, pois as máquinas não entram em combate, mandando então ilusões em seu lugar.
Fora das telas também nos são mandadas ilusões contra as quais lutar, mas talvez o problema seja que temos conhecimento de que estas não são nada além do que máscaras, mas fingimos resistir, somente para não parecer indignos aos nossos próprios olhos mas, no fundo, simplesmente aceitamos a dominação.

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