segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O corpo e a influência da sociedade


A visão do corpo sempre vem se modificando com o avançar das épocas. E essas variações sofrem uma forte influência do estágio em que a sociedade se encontra em determinada época. Já tivemos a visão do corpo como uma prisão da alma (a alma vivifcando o corpo), na Antiguidade grega com Platão, onde ele colocava a alma como o aspecto positivo e o corpo como negativo. A alma conhece a verdade, mas esquece quando habita o corpo. Ao contrário de Nietzsche, que acredita no conhecimento do corpo, dos instintos, no contato com a natureza.
Mas essa visão de Platão e de Nietzsche também tem influência da sociedade em que eles viviam. Hoje, em uma sociedade consumista, individualista, com relações superficiais, necessidades não necessárias, fragmentada vazia, o corpo está sem órgãos. Como disse Virilio, um corpo biônico, protético, onde logo as pessoas vão preferir as próteses aos membros de verdade. Controlar o seu sistema interno através de remédios. Para poder também acompanhar o ritmo dessa sociedade que não pára de ficar mais veloz. Na sociedade pós-moderna, o corpo é um suporte midiático, onde a estética ganha muita importância, você projeta o corpo que quer ter, cria um avatar. O corpo do desejo sem culpa. Mas, se daqui para a frente a sociedade tomasse um outro rumo, podia ser, que voltássemos a ter um corpo completo, com órgãos.

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