A era de auto-reflexão do cinema hollywoodiano desperta uma reflexão sobre o mundo em que vivemos: de que todo nosso mundo perceptível poderia ser como um filme rodado em Hollywood e que, assim, os filmes lá produzidos seriam mais reais que a realidade, pois ela não nos mostra nada além, diferentemente do que vemos nos filmes. Considerando tal hipótese, viveríamos num mundo produzido, artificial.
De fato, hoje temos muito mais acesso a coisas produzidas, artificiais e, consequentemente, o mundo possui apresenta uma alta taxa de artificialidade. Ao natural e ao artificial é possível fazer uma relação com o produtor e o consumidor. Aquele que produz tem contato com o natural, a partir do natural faz seu produto. O consumidor adquire o que foi produzido e que, portanto, é artificial. A partir dessa comparação, é claro que atualmente o mundo é visto da perspectiva do consumidor e não do produtor. Como diz Groys, “o consumidor vê o mundo inteiro como oferta a que tem de adaptar sua demanda”.
Em tempos de consumo de massa, a maioria desta é hoje constituída pelo consumo, e a minoria, pelo trabalho. Sendo assim, o natural pouco importa à massa, o artificial prevalece e é ele, que sob forma do consumo, une as pessoas à massa, enquanto o trabalho, cada vez mais específico e individualizado, determina um distanciamento da mesma.
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