Jeremy Bentham acreditava que o ser humano era guiado por basicamente dois sentimentos: o sofrimento, e a dor. Um seria o oposto do outro, como o frio é o oposto do calor, e em quantidades iguais eles se anulam. Bentham era de uma corrente chamada utilitarista: teoria ética que procurou responder questões a respeito de como viver, do que fazer e etc. buscando maximizar a produtividade e conseqüentemente a felicidade.
Bentham tentou quantificar o sofrimento e o prazer, acreditando ser possível controlar a sociedade ao controlar a sensação das pessoas. Um exemplo de utilização do sofrimento é a tortura de presos: ao interrogar várias pessoas, basta torturar a primeira, de forma que as outras escutem os gritos. Elas ficarão tão aterrorizadas que falarão sem grande resistência. Um exemplo do caráter utilitarista do pensamento de Bentham é o fato de que apesar de ser a favor da tortura quando necessária, ele era contra mutilações: tremendo desperdício de força de trabalho. Além do fato de que o governo teria que sustentar o inválido: desperdício de dinheiro. Outra característica do pensamento utilitarista é o fato de que o preço de um produto, segundo essa doutrina, deve ser calculado de acordo com a utilidade do mesmo para determinada pessoa, ao contrário de Marx que pensava o preço pelo tempo de trabalho gasto para produzir de cada produto.
O pensamento do século XIX era majoritariamente utilitarista. Foi o tempo da sociedade do trabalho, um tipo de pensamento que perdurou até o final do século XX. O homem da sociedade do trabalho fazia planos à longo prazo, o prazer era freqüentemente adiado, por motivos religiosos, ideológicos e morais. Esse modelo de sociedade pode ser considerado “da dor”.Na sociedade de consumo, que tem como principal característica o hedonismo, busca incessante por prazeres efêmeros, o controle é exercido através do prazer. Uma característica interessante desse tipo de sociedade é o fato de que para aceita-la basta consumir. Não importa se você é a favor ou contra esse sistema. Consumindo você o valida e o perpetua, independente de sua ideologia.
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