segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Qual é o valor do dinheiro?

Essa questão, abordada em diferentes épocas e sob diferentes perspectivas parece ter se modificado radicalmente após o advento da supremacia do capital financeiro na era da globalização.

Há muito tempo atrás, como esclarece Aristóteles, tinhamos que: “Todas as mercadorias trocadas devem poder ser comparadas de alguma forma. Para cumprir essa expectativa, os homens introduziram o dinheiro; este constitui um termo médio, por ser um mensurador de todas as coisas, e assim, de saber seu valor maior ou menor, como, por exemplo, quantos sapatos eqüivalem a uma casa, ou a uma quantia X de alimento. Assim portanto, um pedreiro esta para um sapateiro, também quanto um determinado número de sapatos esta para uma casa, ou para uma certa quantidade de alimento.”

Esta lógica simples de equivalência, válida também para as trocas in natura adentrou a idade média e perdurou até o mercantilismo, quando as primeiras operações bancários começaram a ser introduzidas e o estabelecimento da moeda marcava o conceito de dinheiro corrente tal qual permaneceu por um longo período de tempo. Eis que se estabeleceram sucessivas novas leis e definições sobre o capital e o trabalho, seu acúmulo e uso. O Mercantilismo, o Imperialismo Colonial, a Revolução Industrial, o Socialismo, o Liberalismo e outros acontecimentos ditavam novas formas de entendimento do capital e impulsionaram pensadores e estudiosos. Adam Smith, por exemplo, através da sua Lei da Mais valia, estabeleceu que um operário rende ao patrão apenas após pagar com seu trabalho todas as despesas do processo. Outros estudos passaram a enfocar o mercado como um organismo vivo capaz de retrair-se e expandir-se de forma a auto-regular-se. Todo o conceito de valor no mundo foi modificado a partir da Lei da Oferta e da Procura e também foram criadas constantes e variantes como a margem de lucro para regular as relações econômicas. Aconteceu que o estudo econômico tornou-se vital e super-valorizado até ser capaz de reger toda e qualquer causa mundial, modificando igualmente o valor do dinheiro em uma linha histórica que distanciava cada vez mais este do simples conceito de equivalência tal e qual Aristóteles havia ditado.

Hoje, já completamente instalada, a globalização continua a unificar o mercado, convergindo para terceiros territórios de circulação comum a todos, como território global e virtual, da qual faz parte o mercado de ações. Tais espaços não geográficos intensificam a rapidez de negociações e trânsito de dinheiro, seu volume e instabilidade, sendo que já há muito não há mais lastro correspondente a todo o dinheiro que circula no mundo, igualmente não podemos controlá-lo em espécie e nos deparamos com o desafio de mensurar quanto vale um dinheiro que muitas vezes existe em potencial em muitos lugares e ao mesmo tempo não está em lugar nenhum.



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