segunda-feira, 9 de novembro de 2009

INDÚSTRIA CULTURAL

Publicado pela primeira vez em1947, pelos filósofos marxistas alemães e fundadores da Escola de Frankfurt, Max Horkheimer e Theodor Adorno no livro A dialética do iluminismo. O conceito de indústria cultural surge da modernidade e do sistema social gerado apartir da Revolução Industrial. Os autores analisam quando a arte tem suas necessidades padronizadas e manipuladas por uma repressão que rege a sociedade capitalista industrializada. O termo “indústria cultural” veio dos princípios que a industrialização trouxe e criou para a arte. A arte é transformada por efeitos técnicos, misturando a ficção com o real e acabando com a espontaneidade e imaginação das pessoas.
A indústria cultural com sua estratégia capitalista quer transformar a arte e o lazer em objetos de desejos, prazer e felicidade. E essas sensações são passageiras e logo quando o desejo é realizado a indústria cultura se encarrega de criar outros. É por isso que nunca lembramos quem foi o mocinho da última novela das 8 ou a música que fez sucesso no verão passado. Ela baseia-se no divertimento, e o poder que ela exerce sobre os consumidores está justamente nessa sua capacidade.
Adorno e Horkneimer, os primeiros a utilizar a expressão “indústria cultural” na década de 40, estão entre os que acreditam que esta indústria desempenha as mesmas funções de um Estado fascista e com base no totalitarismo moderno ao promover a alienação do homem, entendida quando o indivíduo não medita sobre si mesmo e sobre o meio social ao seu redor.
Os produtos são totalmente liberados para o consumo, manipulados e popularizados. A televisão, o cinema, o rádio, a revista, os meios de comunicação de massa são os veículos de propagação desses produtos. O trabalhador que exerce tarefas mecanizadas e cansativas no trabalho assume o papel de válvula de escape e para a camada da população que não tem acesso a educação e onde prioriza a formação de sujeitos críticos cria-se uma alienação. Crianças, adolescentes e jovens são os mais fáceis de atingir, basta analisar o efeito que a moda e as propagandas causam sobre eles.
A TV se destaca com as antenas parabólicas que possibilita o acesso para milhões de pessoas, além disso, a mensagem veiculada atinge todos: compre isso, compre aquilo. Então o tempo livre para o lazer torna-se tempo para apropriar-se do que o sistema proporciona para os indivíduos, que recebem passivamente e sem questionar. O modo de vestir, marca de bebidas, cigarros, produtos de beleza, carros, comportamentos e opiniões, tudo isso e muito mais são, sutilmente, apropriados pelos consumidores dos programas, telenovelas e filmes hollywoodianos.
Destacando que o acesso aos bens culturais não é igual para todos os sujeitos, incluindo os produzidos pela indústria cultural. Apenas 7% das cidades brasileiras possuem salas de cinema. Apesar de o vídeo ter ampliado a possibilidade de acesso aos filmes, a TV ainda é a grande veiculadora desse bem cultural.
Esse é o quadro caracterizador da indústria cultural: revolução industrial, capitalismo liberal, economia de mercado, sociedade de consumo e o aparecimento de uma cultura de massa. Grandes instantes históricos dessa cultura são os períodos marcados pela era da eletrônica e da eletricidade, quando o poder dos meios de comunicação se torna praticamente irrefreável.

Nenhum comentário:

Postar um comentário