Na sociedade tradicional cada ser humano é visto à partir do grupo, ele não escolhe entre as tarefas que vai realizar e é importante na medida em que ajuda o grupo todo; hoje, nas sociedades ocidentais modernas, os seres humanos formam-se como indivíduos, a partir de suas próprias necessidades, fazem a sua vida particularmente e não em relação ao grupo, pelo menos aparentemente. Alem disso na contemporaneidade um mesmo individuo é multifacetado, fazendo parte de diversos grupos, bem diferente das pessoas nas sociedades tradicionais em que nasce-se e morre-se num mesmo grupo, sem a opção de migrar para outros.
Alguns autores defendem que hoje em dia vivemos um tipo especial de individualismo, “egoísta”, uma versão corrompida do individualismo de Marx (que considerava o individuo como um “homem completo”), assim estaríamos em uma sociedade fragmentada vazia, sem culpa, com relações superficiais e necessidades não necessariamente diretas para a sobrevivência, onde só somos vistos como diferentes enquanto consumidores, dadas as diferenças de consumo. Entretanto o individualismo não é necessariamente ruim. Há quem defenda que só com a propriedade privada o homem se separa da vida em sociedade tradicional e encontra um terreno pra desenvolver o seu eu, mas esse individualismo egoísta, influenciado diretamente pela sociedade do consumo, tribal mas não coletivo, deve ser pensado para se tornar mais hedonista no sentido mais contemporâneo de viver bem, desfrutar das potencialidades das quais você dispõe, preferir a felicidade à tristeza, buscar o melhor pra sua vida, sem fazer mal aos outros, ou pelo contrario, ajudar os outros a fazerem o melhor a eles mesmos, e não egoísta.
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