Para Adorno e Horkheimer, a Indústria Cultural é um fenômeno moderno originado do liberalismo e consiste em um sistema de produção de bens artísticos em escala industrial e mercantilização da cultura e do conhecimento. Esse fenômeno, fruto da industrialização, acabou gerando um caos cultural devido a padronização dos meios técnicos e conseqüentemente de estilos, da massificação do público, do predomínio da técnica em detrimento da idéia, transferência da arte para a esfera do consumo e uma reprodução de fórmulas que levam a arte ao esgotamento.
Rádio, televisão, revistas, cinema, todos eles foram transferidos do campo cultural para o dos bens de consumo, criando uma indústria do entretenimento, onde o consumidor é mediado pela diversão. Como exemplo dessa indústria do esquecimento, podemos citar o cinema hollywoodiano, que repete incessantemente suas fórmulas desde antes da Warner e da MGM, utilizando suas produções para a venda de carros até bebidas e cigarro, além de ideologias. A moda contemporânea é incapaz de criar algo original, fecha-se num revisionismo cíclico de estilos. As revistas de celebridade e a televisão são outros exemplos.
O problema dessa “reprodução mecânica do belo”, é que, além de propor apenas entretenimento, e não conseguir elevar essa diversão ao máximo , devido a seus clichês e seu tom comercial, ele é um veículo ideológico que manipula o público.
Porém, a Indústria Cultural é fruto de um sistema produtivo baseado principalmente no fordismo. Quando o modo de organização capitalista passa a ser baseado no toyotismo, a flexibilização e diversificação da produção é ampliada, a partir desse momento, começa a se formar outro tipo de fenômeno, a tribalização ao invés da massificação.
Nessa nova conjuntura, as teorias de Adorno começam a ser insatisfatórias (as mídias digitais possuem uma dinâmica muito diferente das analógicas, pense na Internet), e apesar de explicar satisfatoriamente outro momento histórico, elas são incapazes de esclarecer a realidade em toda a sua complexidade.
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