segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Qual é o valor do dinheiro?

Essa questão, abordada em diferentes épocas e sob diferentes perspectivas parece ter se modificado radicalmente após o advento da supremacia do capital financeiro na era da globalização.

Há muito tempo atrás, como esclarece Aristóteles, tinhamos que: “Todas as mercadorias trocadas devem poder ser comparadas de alguma forma. Para cumprir essa expectativa, os homens introduziram o dinheiro; este constitui um termo médio, por ser um mensurador de todas as coisas, e assim, de saber seu valor maior ou menor, como, por exemplo, quantos sapatos eqüivalem a uma casa, ou a uma quantia X de alimento. Assim portanto, um pedreiro esta para um sapateiro, também quanto um determinado número de sapatos esta para uma casa, ou para uma certa quantidade de alimento.”

Esta lógica simples de equivalência, válida também para as trocas in natura adentrou a idade média e perdurou até o mercantilismo, quando as primeiras operações bancários começaram a ser introduzidas e o estabelecimento da moeda marcava o conceito de dinheiro corrente tal qual permaneceu por um longo período de tempo. Eis que se estabeleceram sucessivas novas leis e definições sobre o capital e o trabalho, seu acúmulo e uso. O Mercantilismo, o Imperialismo Colonial, a Revolução Industrial, o Socialismo, o Liberalismo e outros acontecimentos ditavam novas formas de entendimento do capital e impulsionaram pensadores e estudiosos. Adam Smith, por exemplo, através da sua Lei da Mais valia, estabeleceu que um operário rende ao patrão apenas após pagar com seu trabalho todas as despesas do processo. Outros estudos passaram a enfocar o mercado como um organismo vivo capaz de retrair-se e expandir-se de forma a auto-regular-se. Todo o conceito de valor no mundo foi modificado a partir da Lei da Oferta e da Procura e também foram criadas constantes e variantes como a margem de lucro para regular as relações econômicas. Aconteceu que o estudo econômico tornou-se vital e super-valorizado até ser capaz de reger toda e qualquer causa mundial, modificando igualmente o valor do dinheiro em uma linha histórica que distanciava cada vez mais este do simples conceito de equivalência tal e qual Aristóteles havia ditado.

Hoje, já completamente instalada, a globalização continua a unificar o mercado, convergindo para terceiros territórios de circulação comum a todos, como território global e virtual, da qual faz parte o mercado de ações. Tais espaços não geográficos intensificam a rapidez de negociações e trânsito de dinheiro, seu volume e instabilidade, sendo que já há muito não há mais lastro correspondente a todo o dinheiro que circula no mundo, igualmente não podemos controlá-lo em espécie e nos deparamos com o desafio de mensurar quanto vale um dinheiro que muitas vezes existe em potencial em muitos lugares e ao mesmo tempo não está em lugar nenhum.



domingo, 29 de novembro de 2009

Globalização - 24/11

Nos anos 60 existiam duas importantes formas de produção:
- Brasil: matéria-prima + mão-de-obra + estado
- Europa: matéria-prima artificial + robotização + globalização (lixo não degradável)
Em 1973 devido à substituição da mão-de-obra humana pela robotização, o desemprego começa a surgir. E, nos anos 80 o mundo começa a sofrer o processo de globalização.
Com o processo de globalização vários conceitos antigamente estipulados se modificaram. A primeira classe afetada foi a dos trabalhadores, que com a produção industrial, trabalhavam mais e ganhavam menos.
Antigamente não haviam grandes competições no mercado, já que se trocava grãos por tecnologia. Com o desaparecimento do acumulo de bens diversos num mesmo lugar, o mercado se expandiu, e todo e qualquer lugar se tornou mercado, aumentando a competição. Assim, o sistema que não reproduz na globalização morre.
Todo esse processo fez com que não houvesse mais preocupação com as empresas nacionais, já que estas não tem mais um conceito de ser financiadas 100% pelo capital do seu próprio país. Um exemplo desse acontecimento são as fábricas automotivas.
Logicamente o mundo sofre com essas devastadoras modificações, o mercado começa a produzir exageradamente, mais do que o comércio necessita, o que acaba gerando um grande lixo “tecnológico”.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

subnutrição cultural

Na escola de Frankfurt, merece destaque o pensamento de Adorno, que nos diz muito sobre esse século dito "revisionista" e a industrialização da cultura. Em seu livro Indústria Cultural e Sociedade, ele nos diz que:

"A unidade visível de macrocosmo e de microcosmo mostra aos homens o modelo de sua cultura: a falsa identidade do universal e do particular. Toda cultura de massas em sistema de economia concentrada é idêntica, e o seu esqueleto, a armadura conceptual daquela, começa a delinear-se. Os dirigentes não estão mais tão interessados em esconde-la; a sua autoridade se reforça quanto mais brutalmente é reconhecida. O cinema e o rádio não têm mais a necessidade de serem empacotados como arte. A verdade de que nada são além de negócios lhes serve de ideologia. Esta deverá legitimar o lixo que produzem de propósito. O cinema e o rádio se autodefinem como industrias, e as cifras publicadas dos rendimentos de seus diretores gerais tiram qualquer duvida sobre a necessidade cultural de seus produtos."

Não podemos mais falar em cultura sem falar em economia. A industrialização cultural gera uma massificação da arte e por conseqüência uma massificação da sociedade. Não existe mais a dimensão existencial de nossa cultura. O que se procura é a transformação da arte em mercadoria.

Adorno fala que a indústria cultural transforma a ordem profunda da nossa sociedade. Em debate realizado no TUCA sobre a democratização da cultura, Helena Katz, critica de dança e professorada PUC-SP, disse que realmente trouxemos para a cultura a sazonalidade da moda. Temos, por exemplo, os lançamentos do primeiro semestre, as estréias do segundo semestre, mas verdadeiramente não aprendemos a olhar, interpretar e decodificar as informações que vão sendo recebidas. E assim definiu a contemporaneidade: "a subnutrição cultural".

Temos todos que ser mais que meros consumidores, que aceitam passivamente tudo que nos é colocado. Precisamos antes ter uma visão crítica, de toda a forma de arte (no caso da escola de Frankfurt), como também em relação a informações que recebemos.

Hoje vivemos numa “diciplinariedade” da cultura. Isso quer dizer que, em vez de uma massificação de um mesmo produto para todos, temos uma separação em categorias onde cada grupo consome certo produto, que é diferente do que consomem outros grupos. Podemos dizer que temos uma democratização da cultura.

Portanto as idéias de Adorno não fazem tanto sentido atualmente, pois o modo de produção se modificou. Esse modo não deixa de ter um caráter de massificação, só que ligada para pequenos grupos, isso quer dizer que temos uma flexibilidade na produção, o que faz com que hoje tenhamos que entender um problema de outra ordem: a cultura como espaço para a tribalização.

Thais Denardi - 07002714

terça-feira, 24 de novembro de 2009

Corpo sem órgão!

Com a época do cyberespaço, o corpo humano esta cada vez menos orgânico.O corpo esta mecânico, funcionalista e artificial.Essa nova era nos permite possuir um ‘’corpo sem órgão ‘‘, uma vez que o nosso corpo e a nossa sociedade estão cada vez mais superficiais. O nosso corpo, agora, funciona como suporte midiático, efêmero: cada vez mais protético.A diferenciação entre corpo e mente não existe mais!
O corpo passa a ser projetado em ambientes digitais tornando-se o corpo fictício, o corpo que desejamos, não necessariamente o que possuímos.O nosso corpo vira um avatar!
A sociedade pós-moderna trabalha o conceito de "corpo" dentro de um primado funcionalista, mecânico, em uma visão inorgânica.
O conceito de corpo , tem uma história. Já na tradição grega Platão dizia que o corpo era triádico, composto de alma (pacimônia), razão (raciocínio) e pulsão ( desejo, instinto). Já na filosofia medieval (renascimento),o corpo era dual constituído de alma e razão . Finalmente na perspectiva moderna o corpo perde de vez sua trialidade e dualidade e caminha para a visão pós moderna na qual o corpo é uma corporação. Este perde a "alma" e passa a ser visto somente por uma perspectiva mecânica e inorgânica. O corpo pós moderno é um corpo "sem orgãos" , é a mídia na qual Flusser cita em seus textos como primária. O corpo pós moderno é efêmero, protético , passa a ser apenas uma projeção um avatar.

Nessa perspectiva de corpo protético observamos a flexibilidade às novas mudanças. Ao olhar o corpo percebe-se as matizes ideológicas de cada um.

O neste momento então , surge as áreas de estudo do corpo, como a filosofia em que é estudada a estética do corpo, na religião a mediação, na medicina a funcão, na educação fisica a repetição e assim por diante.

Contudo, na era pós moderna na qual o corpoerismo é predominante, nota-se que não exite uma conclusão sobre o que é corpo. O que podemos concluir é que existem cenários históricos de um corpo triádico à um corpo funcional. É a relação corpo como corporação.




Nayara Escobar

O Corpo Hedonista

O corpo é ao mesmo tempo uma massa, um invólucro, uma superfície que se mantém ao longo da história. Para Foucault, o corpo é um ente, composto por carne, ossos, órgãos e membros, isto é, matéria, literalmente um lócus físico e concreto.
Essa matéria física não é inerte, sem vida, mas sim uma superfície moldável, transformável, remodelável por técnicas disciplinares e de biopolítica.
Com isso, o corpo é um ente – com sua propriedade de “ser” –, que sofre as ações das relações de poder que compõem tecnologias políticas específicas e históricas.


A sociedade pós-moderna tem suas estruturas sócio-culturais fascinadas pelo imediatismo do prazer que dá formas de satisfação, prazer para todos os tipos de problemas existenciais do homem, considerados como hedonistas.
Assim, é preciso questionar a relação entre formas hedonistas vinculadas ao corpo e o significado do que é o belo nas chamadas sociedades pós-modernas.


Sobre as modas relâmpagos, nos referimos às modificações superficiais realizadas pelo homem, como: roupas e acessórios (piercings, alargadores, tatuagens), em que o indivíduo demonstra-se, através de sua roupa, ser a favor de uma dada ideologia, quando na verdade ocorre o inverso. Desta forma, afirmamos ser o homem pós-moderno superficial, pois se utiliza de signos e símbolos não pelos valores reais que estes possuem, mas para acompanhar a moda vigente, uma vez que ele está sendo apenas a cópia do outro.
Porém, como o sujeito se compara com todos e não somente a um, quer ser todos e finda por não ser nenhum. Esta ação leva o homem pós-moderno ao campo da impessoalidade.


E na busca da perfeição de seu corpo, na conquista do prazer, o homem aceita viver a simulação do real, conhecida também por Sociedade do Espetáculo, em que tudo é moldado e fantasiado de acordo com a imaginação e a ilusão do homem pós-moderno.


“O princípio do fetichismo da mercadoria, a dominação da sociedade por coisas supra-sensíveis embora sensíveis, se realiza completamente no espetáculo, no qual o mundo sensível é substituído por uma seleção de imagens que existe acima dele, e que ao mesmo tempo se fez reconhecer como o sensível por excelência.” (Guy Debord 1997. p.28)


Desta forma, o homem ao conviver com outro, passa a desejar ser igual ao outro, isto porque o outro lhe aparece melhor e mais feliz que ele. No entanto, isso não é real, isto porque ao copiar o outro, o homem será somente a cópia do outro e não ele mesmo. Logo é a imitação do outro e não está de acordo com a verdade.



E esses nossos desejos, atividades físicas e psíquicas necessitam de uma exterioridade que ocorre na virtualização. A exteriorização é feita por todos e na virtualização podemos ter acesso às sensações do outro, nos sistemas avançados da realidade virtual em quase tudo a experiência do outro é semelhante à nossa.
O corpo hoje projetado no virtual, onde através da técnica consegue-se “reconstruir modelos numéricos do corpo em três dimensões.” Somos assim organismos híbridos - que se afastam das leis naturais – e passamos a ter um “hipercorpo”, onde tudo se partilha e tudo se adiciona e o aqui e agora tem muita importância nestes novos corpos, Pierre Lévy diz que: “O meu corpo é a atualizarão temporária de um enorme hipercorpo híbrido, social e tecnobiológico. O corpo contemporâneo é como uma chama, muitas vezes minúsculo, isolado, separado, quase imobilizado. Depois, ele sai de si mesmo, intensificado, pelos esportes ou pelas drogas, passa por um satélite, liga-se então ao corpo público e queima-se com a própria chama, brilha com a mesma luz do que os outros “corpos – chama”. Depois, volta a si, transformado, numa esfera quase privada aqui e por todo o lado, tanto em si como misturado. Um dia, ele separa-se completamente do hipercorpo e apaga-se.”

Caroline Armando Tavares -07002644

Sociedade do Consumo – 10/11

A sociedade do consumo se sustenta nas novas necessidades criadas pelos produtores, através de bens e serviços, que oferecem diversas promessas, com o intuito de provocar a ânsia na massa consumidora. Esse processo se realiza com tal velocidade que o consumidor se depara com o surgimento de inúmeros novos produtos e serviços, que se descrevem como “melhores” e mais “atualizados”. Para planejar e produzir esses elementos desejados, o sistema atual de trabalho não se apresenta mais como uma massa trabalhadora, mas é estruturada de uma forma mais especializada e individualizada,  ao passo que o consumo é organizado em massa.

Boris Groys realiza uma comparação entre o mundo cinematográfico com o ato de consumir na sociedade, afirmando que tanto quanto o produtor como o poder das trevas consomem um longo tempo de planejamento e de trabalho, enquanto o consumidor e o herói consomem tudo aquilo que foi produzido instantaneamente, satisfazendo o próprio desejo e prazer.

Portanto, o consumidor se acomoda, esperando pelo atendimento das próprias demandas diante do produtor, comportando-se como o senhor, sem a percepção de que se tornara escravo do próprio escravo, ou seja, escravo do consumo. 

A busca pelo esclarecimento – 27/10

O esclarecimento é a capacidade de pensar por si próprio, é ter a liberdade de utilizar a própria razão para formular os próprios entendimentos diante de diversas questões sobre o mundo e relacionados à consciência moral de cada indivíduo. Porém, a grande parte dos homens não se esclarecem sobre si mesmos, pois cresceram e vivem na menoridade, ou seja, são incapazes de pensar e raciocinar sem a orientação de uma outra pessoa, sendo facilmente manipulados de acordo com o raciocínio do outro.

Para Kant, a preguiça e a covardia são as principais causas que levam o indivíduo para a menoridade, pois ser menor é uma posição cômoda, não há necessidade de pensar, compreender e realizar tarefas desagradáveis e complicadas, afinal, os outros realizarão essas ações. Portanto, sentem-se bem ao estarem sob a tutela de outra pessoa.

Apesar da convivência com a menoridade, é possível sair dela através da busca pelo esclarecimento. A partir do momento que a pessoa sentir segurança de si própria para realizar um movimento livre, se familiarizar com o cenário de liberdade e começar a fazer o uso público da razão, poderão ser consideradas pessoas livres da menoridade, por serem as indicações da progressão em direção ao esclarecimento.

Vida Cotidiana – 20/10

O cotidiano está presente em todos os aspectos da individualidade na vida do homem inteiro, ser particular e ser genérico, pois ele nasce já inserido na estrutura da cotidianidade, com o objetivo de passar por um processo de amadurecimento, pelo qual será conquistado ao obter as habilidades fundamentais para encarar a vida cotidiana, tendo a capacidade de manipular as coisas e assimilar as relações sociais.

Para Agnes Heller, a vida cotidiana é ao mesmo tempo heterogênea, referente ao conteúdo e à importância do tipo de atividade realizada, e hierárquica. É a verdadeira essência no aspecto social, apresentando como características marcantes, a espontaneidade, o pragmatismo, o economicismo, a andologia, os precedentes, o juízo provisório, a fé e a confiança, a ultrageneralização, a mimese e a entonação, e a coexistência entre a particularidade e generacidade.

A vida cotidiana oferece múltiplas alternativas e escolhas às pessoas, podendo ser indiferentes do ponto de vista moral ou ser moralmente motivadas. Não transforma as ideias pertencentes à cotidianidade em teorias. Revelando ser um pensamento cotidiano, fragmentado, imediato e pragmático.

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

O Corpo

Título:

O corpo pertence à natureza: seu metabolismo, fisiologia, ergonomia, biomecânica são similares a de muitos animais. Esta divisão entre corpo e alma, constitui o Ocidente desde a antiguidade e obscurece o quanto o corpo humano é resultado de relações sociais e apropriações culturais. Cada corpo é também constituído por discursos (adjetivos, elogios, valorização/recusa de certas “partes”), por saberes diversos (tradição, medicina, bioquímica, etologia, antropologia, feminismo etc.) e expressa a resultante complexa de muitas condicionantes sociais.

O papel das mídias na sociedade pode ser pensado a partir do seu poder de propor definições da realidade via agendamentos e tematizações. O conjunto de discursos da mídia (revistas, jornais, televisão, rádio, cinema etc.) traz uma multiplicidade de ‘vozes’ propondo diferentes definições do que seja “certo”, “bom” ou “bonito”. Estas definições são apresentadas sutilmente, sem estardalhaço, elas apenas estão ali ou não estão o percentual de pessoas negras no mundo da TV é muito baixo se observarmos, em capas de revista as maiorias das mulheres são brancas, o que configura uma espécie de exclusão simbólica que valoriza características de um padrão racial branco. Em 100% dos casos, a mulher da capa é magra: atributo básico dos corpos discursivos dessa mídia, o corpo humano encontra-se instituído nos produtos midiáticos

O corpo idealizado existe sua inserção em uma sociedade estratificada por classes sociais. A indústria dos cosméticos, cirurgias e tratamentos estabelece padrões de distinção de acordo com a posição de classe de cada cliente. Prótese de silicone, tratamentos para dentes, cabelos, fitness etc., estão dispersos ao longo do mercado, hierarquizados em “primeira, segunda ou terceira linha”. O “corpo ideal” custa caro, e o mercado da beleza oferece produtos e serviços a todos os bolsos. Entre o alisamento de uma atriz ou apresentadora de sucesso e um procedimento doméstico, há sutilezas entre um cabelo liso e outro, requintes de hierarquização social dos corpos.

O corpo ideal não pode sequer admitir gratificação pela saciedade o preço é a culpa introjetada. Para ser “bonita”, é preciso passar fome. E não se trata de vaidade as mulheres que “os outros” considerarem bonitas terão vantagem para conseguir o emprego, assinar o contrato, manter os clientes. É preciso tomar consciência para que estas estruturas de opressão possam ser questionadas, relativizadas, pensar e atuar criticamente sobre as coisas do mundo não resolve tudo, a performance do corpo na mídia é mais conseqüência do que causa de mudanças sociais.

O Corpo Esculpido

Dentre os diversos estudos que existiram sobre o corpo, desde a antiguidade, um deles se destaca e ainda hoje se coloca como um dos mais interessantes: O Corpo Perfeito.
Mas o que é um corpo realmente perfeito? Alguns estudos dividem o corpo em diferentes fragmentos, como o da educação física (repetição), arte (como suporte/vivência), na medicina (funcionalidade), religião (como mediação), etc.
Embora diferentes todos tem um fator em comum: trabalham o corpo como suporte para o interesse particular de cada área. Porém o ideal de um corpo perfeito esta relacionado ao corpo como suporte dele mesmo.
Da Vinci foi o primeiro a criar o "estereótipo" do corpo perfeito com seu famoso "Homem Vitruviano". Mas com o passar dos anos esse conceito foi relativamente trabalhado e modificado, voltado para o interesse particular de cada pessoa e o que elas tinham em mente quando olhavam para os próprios corpos.
As áreas do conhecimento fragmentam o corpo em tres visões diferentes:

- Funcionalidade
- Mecânica
- Artificial

Cada uma delas representa uma época. Hoje vemos claramente que a funcionalidade do corpo como estrutura perfeita não faz mas sentido. Em uma sociedade em que "musculos" são facilmente adquiridos da noite para o dia, não ha funcionalidade para o exercício por exemplo.
A mecânica, ainda é vista mas como uma forma de ponte para o artificial.
O que deveria ser destinado a um publico específico para resolver problemas ainda mais particulares, esta se tornando pura luxuria, onde uma parte do corpo é substituida por outra, robótica, mecânica, etc. Apenas pelo fato de que isso proporciona melhora de desempenho naquele órgão, para aquele individuo.
Para os gregos, isso seria conhecido como a "Pulsão" do corpo, o desejo, o instinto que acaba se sobressaindo a Razão.
Isso seria como a perda do senso do homem de certo e errado, sendo substituido por um corpo supostamente perfeito mas que na verdade, não passa de um corpo de desejos. Um conceito que alguns estudiosos definem como "Corporeismo", a estética do corpo.

A visão do corpo sob uma perspectiva histórica

Atualmente diversas áreas estudam o corpo, mas de forma fragmentada e com um enfoque próprio. A medicina, por exemplo, vê o corpo de maneira mais funcional, enquanto as religiões costumam vê-lo como uma forma de mediação entre a alma, o mundo dos homens, e o mundo pós-morte.
Os antigos gregos pensavam o corpo de forma triádica: alma, razão, e pulsão (desejo/instinto).
Na idade média pensava-se na dualidade entre alma e razão, ou entre alma e corpo (razão mais pulsão).
No renascimento, o homem passa a ter uma visão funcional e mecânica do corpo. Os conceitos de evolução e raça passam entram em pauta. O corpo é visto como algo produtivo.
Atualmente, na pós-modernidade, o corpo é visto como algo superficial, efêmero, há o uso freqüente de próteses. Além disso, o corpo se tornou um mero suporte midiático, ao olhar para um corpo percebe-se as matizes ideológicas do mesmo. Outra característica importante é o fato de que a estética do corpo ganhou uma importância nunca antes vista na história da humanidade. Ao contrário da idade média, quando a alma era o mais importante no corpo de um homem, atualmente o ideal de beleza imposto pela sociedade é o objeto de maior desejo entre seus membros. Não se aspira ser um grande homem, ou ter uma alma pura, mas sim ter um corpo belo(os conceitos de beleza são extremamente rígidos e mudam de estação para estação, além de não respeitar diferenças étnicas e culturais). Em uma sociedade que coloca o exterior muito acima do interior, não ter um corpo de acordo com os rígidos e possivelmente insanos ideais de beleza dessa sociedade é um dos maiores medos de seus membros, pois ser uma pessoa não desejada pelas outras é uma das maiores desgraças que pode acontecer ao homem pós-moderno.

Sociedade do consumo!

A sociedade que conhecemos hoje passou por diversas transformações e evoluções, em determinados pontos. Porém algo que perpetua a tempos, é a ideia que essa sociedade esta cada vez mais voltada ao consumo. De si própria, por assim dizer.
Algumas características que estão se tornando cada vez mais aparentes e mais fortes, marcando muito bem a "sociedade de consumo" são:

- Relações superficiais (O homem não se interessa mais por relações que não envolvam ele mesmo, por isso mantêm sempre as atenções voltadas a "si próprio" e não se aprofunda nas relações extariores)

- Diversidade

- Fragmentação (com a diversidade fica ainda mais visivel a fragmentação da sociedade, juntamente com a individualidade que as relações superficiais proporcionam)

- Sublimação do corpo

- Hedonismo (Prazer pleno)

- Diferença (consumidor) - o consumidor em si, busca a diferença em seus produtos, sendo assim a sociedade de consumo busca cada vez mais a diferença, a individualidade e não o que é comum a todos.

Alem desses fatores, a sociedade ainda se apresenta com a "sociedade da emoção", do desejo, onde a razão não esta mais acima de todas as coisas, mas sim a pulsão do interior de cada um que prevalece.

O Corpo - 17/11/09

Assim como qualquer conceito sofre alterações com o passar do tempo, o conceito do corpo se modificou, e pode ser caracterizado em 3 etapas:
1º Corpo triádico: origina-se na Filosofia Grega e nele soma-se a razão (racionalidade), a pulsão (força) e a alma (pacimunidade).
2º Corpo dual: origina-se na Filosofia Medieval e nele soma-se a razão e a alma. Também ocorre a eternização, pois o corpo morre e a alma permanece.
3º Corpo sem divisões: origina-se na Filosofia Moderna e nele projeta-se um corpo, o que o torna um “avatar”, assim a visão de corpo se torna mais mecânica.
Nota-se então, que desde sempre o corpo tem presença fundamental na sociedade, independentemente da sua caracterização. Um exemplo dessa importância são os rituais, onde a presença corpórea se faz necessária.
Assim, como a sociedade é fragmentada, os campos que trabalham o corpo trabalham separadamente, focando apenas uma vertente do mesmo. Exemplos dessa fragmentação são a Educação Física que trabalha o corpo com repetições e a Filosofia que trabalha o corpo como estética.
Conclui-se, por fim, que o corpo antes visto de forma orgânica, com uma visão naturalizada, hoje está sendo trabalhado do seu lado mecânico, gerando um esvazeamento do mesmo.

Indústria Cultural

Na sociedade do consumo a arte é também considerada um produto. O que vale para essa sociedade é a novidade, aquilo que não sabíamos que precisávamos antes de ter sido inventado. No entanto, nem tudo o que é produzido para a masa consumista é algo sem valor real: o papel do indivíduo é, no meio de tudo que lhe é bombardeado, identificar aquilo que realmente é criativo e tem qualidade.
Um bom exemplo disso é o crítico Adorno e sua opinião sobre o cinema. Ele considerava o cinema uma arte pronta, que se esgotava em si mesma. Ela era oferecida à "massa", que não tinha poder de escolha e acabou se tornando, realmente, uma grande indústria, como Hollywood confirmou. No entanto, paralelamente a essa linha de produção acelerada montada pelos grandes estúdios há produções de qualidade, verdadeiras "obras de arte".

Beatriz Poiano - 07002634

Sociedade do Consumo

Nessa sociedade já não se sabe mais qual é a diferença entre "consumar" e "consumir". Essas definições foram perdidas a partir do momento em que o conceito de felicidade foi esvaziado: ao invés de ter prazer em algo, o objetivo é tirar prazer de algo. Não se questiona o ser, apenas o estar, pois o que move a sociedade são as novidades; não há tempo para aderir a algo. Essa ideologia hedonista gera consequências como o esvaziamento do movimento social: ao invés de se mobilizar e lutar, essas tarefas são delegadas a ONGS, que ganham dinheiro com esse tipo de serviço. Outro resultado desse estilo de vida são as políticas afirmativas, nas quais os trabalhadores se forçam a trabalhar mais para ganhar prêmios. Além disso, a cultura e a ciência são tratados como produtos. Isso tudo acontece hoje pois, com a queda do socialismo, as pessoas pararam de criar alternativas para o discurso vigente, o capitalismo, e se concentraram em apenas "melhorá-lo". O grande desafio de quem vive hoje nessa sociedade é parar de reproduzir este tipo de modelo.

Beatriz Poiano - 07002634

domingo, 22 de novembro de 2009

Educação Mercantil (referente a aula do dia 10/11)

O caso da aluna que usava um vestido curto da UNIBAN foi exemplar para a aula que tivemos no dia 10/11 sobre Sociedade de Consumo e Sociedade do Trabalho. O que houve com ela e a postura adotada pelos outros estudantes e pela Universidade (se é que se pode chamar essa instituição de Universidade) demonstram, entre outras coisas (como o fascismo), a mercantilização completa do ensino.
Segundo Fausto Castilho¹ em uma entrevista para o caderno ALIÁS:

“os educadores dessa época [1920], entre eles Fernando de Azevedo, tinham uma proposta de escolarização que desapareceu porque em 1965 a ditadura resolveu mercantilizar o aparelho de educação. Ai começa a catástrofe brasileira. A mercantilização não permite a escolarização nacional. Para esses educadores dos anos 20, a instancia da democratização não é a universidade mas o lycée Frances, o gymnasium alemão ; é isso que estava a caminho de ser instalado no Brasil, isto é, o liceu publico para toda a população jovem e não para um segmento como faz a mercantilização.”

Nesse contexto, o aluno vira cliente e os donos da “universidade” são apenas vendedores de um diploma. Essa aluna, especificamente, passa a não ser interessante para esses empresários, a partir do momento que “degreniu” (palavra usada por uma das alunas da Uniban revoltada com o vestido da estudante) a imagem do estabelecimento comercial.
Concomitantemente a esse processo de mercantilização e transição da Sociedade do Trabalho (que dura até a década de 1960 aproximadamente) para a Sociedade do Espetáculo (de 1960 a 1990) e posteriormente Sociedade do Consumo (de 1990 em diante), ocorre o total esvaziamento dos indivíduos da sociedade. Não se constroem mais laços sociais, mas sim relações superficiais com vínculos frágeis. A partir desse contexto, torna-se impossível o refletir político e ético e, assim, o cerne da vida passa a apontar para o hedonismo, o consumo e para o culto ao corpo. Segundo Olgário Matos²: “a temporalidade do mercado confisca o tempo da reflexão, selando o fim do papel filosófico e existencial da cultura”. Guy Debord³, na década de 1960 já percebia a sociedade e boa parte do que ela viria a ser vinte anos depois, tanto no âmbito da educação como em outras instâncias: “a espetacularização da reificação no capitalismo moderno impõe a cada indivíduo um papel na passividade generalizada.” Trata-se do esvaziamento, da não reflexão, do consumo exacerbado.
Guy Debord vai além ao criticar o movimento estudantil e ao dizer que trata-se de um movimento miserável, espetacularizável. Refere-se a diversas faculdade e escolas como “fábricas de criação precoces”. Critica os estudantes e as faculdades por dizerem tudo a respeito da sociedade “exceto aquilo que ela efetivamente é: mercantil e espetacular.” Por isso, crê que o movimento estudantil é apenas espetáculo por negligenciar o essencial e ignorar o ponto de vista total da sociedade moderna.
Sobre o consumismo, o pensador já prevê a atualidade:

“O estudante orgulha-se de comprar, como toda a gente compra, as reedições em livros de bolso duma série de textos importantes e difíceis que a ‘cultura de massas’ propaga a uma cadência acelerada. Acontece, simplesmente, que o estudante não sabe ler, contentando-se em consumi-los com os olhos.”
Se na lógica da Sociedade do Trabalho, era preciso trabalhar para comprar o que necessitava, agora, na lógica do puro consumo, a lógica é necessitar de novas necessidades, é desejar novos desejos, o que acarreta em uma sensação de não-satisfação infinita, um ciclo vicioso entre consumir e não se saciar, progressivamente.


Referencias bibliográficas

1- O Estado de São Paulo. Caderno ALIÁS. Dia 15/11/09.
2- O Estado de São Paulo. Caderno ALIÁS. Dia 15/11/09.
3- Da Miséria no meio Estudantil – Guy Debord.

sábado, 21 de novembro de 2009

O Hipercorpo

Para Pierre Lévy o corpo na época atual subverte suas características orgânicas na medida que é um corpo desterritorializado, híbrido e sem limites. Munido de próteses e com interferências internas que vão desde hormônios a enxertos e transplante de órgãos, o corpo atinge uma dimensão hiper-corporal. Sangue, embriões e óvulos não são mais propriedade exclusiva de um único corpo na medida em que passam a circular por territórios médicos, tecnológicos e econômicos. Soma-se a isso a possibilidade de virtualização do próprio corpo e da imersão do corpo em realidades tecnológicas e cada vez mais antagônicas à sua estrutura, seja espacial ou temporal, esta última perceptível na mudança das velocidades do corpo e seus sistemas. Através deste ponto de vista podemos encontrar semelhanças e analogias com o pensamento de Flusser e Virílio, que enfatizam a mudança que os processos tecnológicos imprimem no estado do corpo contemporâneo. Ainda de acordo com Pierre Lévy, os corpo atual, flexibilizado, híbrido e extensível à outras realidades e dimensões seria um hipercorpo que transcende a dimensão de corpo individual, alcançando o status de um hipercorpo pertencente à todos. Este hipercorpo humano, devido à interferência de uma infinidade de processos de diversas origens, passa a ser um corpo “mundializado”, principalmente quando introduzido no universo virtual. Um novo corpo que não traz mais as características de uma individualidade ou subjetividade, é um corpo exterior apenas. Portanto, o hipercorpo é vazio na medida que se extende à todos os territórios, funções e indivíduos, destituindo-se da a organicidade própria e original que permeia o corpo individual.

Caroline Derschner Videira

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

Sociedade do consumo

Se caracteriza por uma sociedade que consome incessantemente, e está sempre insatisfeito, e assim o consumo se torna cada vez maior. Quer dizer, são necessidades, para suprir necessidades do sistema, não são mais para suprir as necessidades básicas.
Houve a divisão das pessoas em tribos, a tribalização, que criam nichos específico de consumo, e assim atingindo a todos, são as chamadas políticas afirmativas. Desta forma aumentou a individualização, e da superficialidade dos relacionamentos, as pessoas só se aproximam de quem vai satisfazer as suas próprias vontades, o hedonismo. A departamentalização do conhecimento. A sublimação do corpo. Os movimentos sociais não são mais feitos pela massa, mas por organizações, as ONG’s.

Industria cultural

A evolução tecnologica no século XX ocasionou transformações profundas na sociedade. Muitas delas ocorreram a partir da cultura de massas e seus meios de comunicação (jornais, revistas, cinema e televisão) consequentemente ditando valores e a maneira de agir de muitas pessoas.

Horkheimer e Adorno analisaram a comunicação de massa e definiram a industria cultural.Na qual a produção artistica, a ciência e a técnica começam a ser pensados como mercadoria, elaborados de forma a aumentar o consumo.

E através da distração e da satisfação dos desejos dos individuos, é intensificada a sua alienação pois reage a tudo de forma passiva. Desta forma o homem começa a seguir uma ideologia dominante, ele não precisa mais pensar, mas só se da o trabalho de escolher. Quem não conseguir acompanhar esse ritmo de vida fica a mercê do tempo.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Progressão na sociedade consumo e do trabalho

Na sociedade do consumo , enfrentamos uma cadeia viciosa, pois quanto mais consumimos mas queremos consumir, sempre progredindo no que se espera de uma sociedade consumista na qual vivemos. As nossas vidas giram em torno do dinheiro, e para conseguirmos dinheiro precisamos de trabalho, e dinheiro pra que ? Para consumirmos cada vez mais, ou seja precisamos de trabalho para satisfazer as nossas vontades de consumo, pois vc satisfaz uma vontade sua, para mais pra frente progredir em seu consumo, ou seja estamos sempre atrás de roupas, de conforto , e para essas coisas precisam de muito trabalho, para conseguir seu dinheiro e compra as coisas na qual te satisfaz, e comprando tudo o que te satisfaz no momento sempre vai surgir um produto novo , uma viagem nova , roupas novas( uma para cada estação) e quanto mais você compra mais vc quer , assim é a nossa sociedade, e por isso no trabalho uma pessoa sempre quer passar por cima da outra, para ter sempre mais que o proximo, todos em busca do seu espaço na sociedade , do consumo e do trabalho.

Sociedade do Consumo e a Sociedade do Trabalho


    Na sociedade do Consumo,toda ideologia foi transformada em produto,e assim por consequencia temos de trabalhar mais e mais para atingir o prazer pleno:CONSUMO.Os seres humanos descontroladamente são levados a comprar,sem necessidade,Fazem do consumo uma opção de lazer e uma forma de libertação.Todos reivindicam o espaço público,mas não passam de comunidades fechadas e restritas,onde se mantém a dominação do rico sobre o pobre,ou seja o que consome mais(ou pode pelo menos).
   Já na sociedade do trabalho,isso não acontecia,pois a meta das pessoas era trabalharem para suprir as suas necessidades,os laços afetivos entre elas também existiam,uma coisa que não existe na sociedade do consumo.Outra caracteristica da sociedade do trabalho  é o: Fordismo. Nele há uma intensificação da produção utilizavam  mão-de-obra barata.A modernidade,deveria contribuir com a qualidade de vida das pessoas, mas na verdade fez com que o trabalhador se tornasse ignorante e escravo dessa.E assim quando o foco do trabalhador não e mais o trabalho,passa a ser o consumo.

   O consumo esta ligado a uma ideia de realização,felicidade,poder,status.Porem o ser humano nunca se satisfaz,sempre quer mais e mais,pois o que representa poder hoje,pode não representar amanha,continuando assim o consumismo.Essa sociedade trabalha o esvaziamento.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Sociedade de Consumo e Sociedade do Trabalho - 10/11

A sociedade do consumo, na qual existe a liberdade de consumir , surge no inicio dos anos 90 marcada pela flexibilização e tribalização.
Para Bauman: “Não é a criação de novas necessidades...que constitui a principal preocupação da sociedade de consumidores. É o desdém e o desprezo pelas necessidades de ontem e a ridicularização e deturpação de seus objetos, agora passes, e mais ainda, a difamação da própria idéia de que a vida de consumo deveria ser guiada pela satisfação de necessidades que mantêm vivos o consumismo e a economia de consumo.” Isto é, na sociedade do trabalho , trabalhava-se para suprir as necessidades e agora, na sociedade de consumo, a produção tem por objetivo criar novas necessidades, ou ao menos “diminuir as de ontem”. No entanto, a lógica da sociedade de consumo está no modo como as pessoas trabalham para consumir e suprir suas necessidades, só que as necessidades na sociedade de consumo tornam-se um circulo vicioso de gerar mais mais necessidades.
As relações nesse novo modelo social passam a ser superficiais e hedonistas (busca pelo prazer), os vínculos sociais duradouros deixam de existir e o sentimento de culpa não tem tempo de aparecer com relações momentâneas. Logo, não da para fazer política em meio a relações tão esvaziadas.
As relações são baseadas em uma etiqueta social e não por laços sociais como antes na sociedade do trabalho (1900 até a década de 60).Na sociedade de consumo os laços sociais deixam de existir e passam a se tornar vazios, uma relação de consumidor/cliente, como exemplo temos a educação, que na sociedade do trabalho o objetivo era tornar o individuo cidadão e hoje o individuo é cliente.


Nayara Escobar

Sociedade do Prazer

Na sociedade do consumo de hoje, encontra-se a produção abundante de bens, coisas, mercadorias e objetos, assim como a produção de necessidades a serem realizadas e satisfeitas de maneira rápida e veloz a ponto de nos manter carentes de mais necessidades e objetos.

Os objetos de hoje em dia já são feitos para não durarem, por causa desse ritmo que se instalou de troca rápida de produtos, os produtos tecnológicos de hoje não possuem a máxima tecnologia que poderiam ter, essas tecnologias são lançadas aos poucos para que o produto que se tem logo se torne ultrapassado. Bauman diz que vivemos em uma vida “agorista”, e a razão por qual podemos considerar o motivo dessa pressa, é em parte, o impulso de adquirir e juntar. Mas o motivo que torna a pressa de fato imperativa é a necessidade de descartar e substituir.

O sistema criado é um produtor de necessidades. Não se cria necessidades do nada, despertam-se e estimulam-se necessidades dormentes. O que se inova e se produz não são as necessidades humanas (felicidade, prazer, segurança, reconhecimento, poder, etc), porém produz objetos do desejo. Objetos que trazem consigo a promessa ilusória de apaziguamento de nossas angústias, frustrações e vazios, promessas ilusórias, contudo de forte apelo e atratividade.


Caroline Armando Tavares - 07002644

Indústria Cultural

A Indústria Cultural, segundo Adorno e Horkheimer, é um modelo moderno que implica em um sistema de produção de bens em escala industrial e mercantilizarão da cultura a partir de novas tecnologias. Os meios de comunicação (rádio, televisão, revistas, cinema) transitaram do campo cultural aos bens de consumo, tornando-se uma indústria de entretenimento na qual o consumidor é mediado pela diversão.
Essa industrialização resultou na homogeneização cultural, a massificação do público e uma visão caótica da arte, que passa a participar nesse momento da esfera de consumo.
Contudo, a Indústria Cultural é resultado de um sistema produtivo baseado pensamento fordista, ou seja, é a aplicação do conceito de padrão de massa. O modo de organização capitalista muda o caráter e passa a ser baseado no toyotismo, onde as indústrias passam a produzir não apenas para uma só massa, mas para as tribos sócias, conhecido como um fenômeno de tribalização. Nesse momento surge à flexibilização e diversificação da produção. O custo é igual, só passa a ser flexivél para sair do padrão homogêneo de consumo.
O novo modelo social faz com que os pensamentos de Adorno sejam insatisfatórios. Os novos meios digitais possuem uma dinâmica muito diferente das tecnologias anteriores, Assim, as teorias de Adorno são incapazes de esclarecer a nova realidade em toda a sua complexidade.


Nayara Escobar

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

A sociedade de consumo: pontos principais

Pode-se dizer que a sociedade do consumo surgiu e se intensificou a partir dos anos 90, como uma das características de produção o sistema on demand no qual a produção é realizada de acordo com as demandas do mercado, diminuindo assim a necessidade de estocar tantos produtos. Mas além das mudanças na produção de produtos, a sociedade de consumo trouxe mudanças nos valores das pessoas e no próprio consumo em si.
Na antiga sociedade do trabalho trabalhava-se para suprir as necessidades, na sociedade de consumo, a produção visa criar novas necessidades, ou ao menos deprezar as de ontem. Segundo Bauman: “Não é a criação de novas necessidades...que constitui a principal preocupação da sociedade de consumidores. É o desdém e o desprezo pelas necessidades de ontem e a ridicularização e deturpação de seus objetos, agora passes, e mais ainda, a difamação da própria idéia de que a vida de consumo deveria ser guiada pela satisfação de necessidades que mantêm vivos o consumismo e a economia de consumo.”
Além disso, pode-se considerar a sociedade de consumo como contraditória em sua essência: as pessoas compram para satisfazer necessidades ou desejos, mas a partir do momento que uma pessoa está satisfeita ela deixa de consumir, sendo assim a satisfação deve ser apenas momentânea. O consumidor vai buscar eternamente uma satisfação que nunca chega, ela se satisfaz por um momento, mas essa sensação se esvai como areia por entre seus dedos, e ele está novamente onde começou. É uma corrida impossível de ser ganha. De acordo com Bauman “Os mercados de consumo se concentram na desvalorização imediata de suas antigas ofertas, a fim de limpar a área da demanda pública para que novas ofertas a preencham. Engendram a insatisfação com a identidade adquirida e o conjunto de necessidades pelo qual se define essa identidade. Mudar de identidade, descartar o passado e procurar novos começos, lutando para renascer – tudo isso é estimulado por essa cultura como um dever disfarçado de privilégio.”
Outra característica da sociedade de consumo é ausência de vínculos sociais duradouros, nessa sociedade todos somos ao mesmo tempo consumidores e produtos, e a relação hedonista que as pessoas tem com os objetos consumidos se entende à relação com outras pessoas. O sentimento de culpa não tem lugar em uma sociedade com vínculos tão superficiais quanto a sociedade de consumo.

O individualismo na sociedade do consumo

Na sociedade tradicional cada ser humano é visto à partir do grupo, ele não escolhe entre as tarefas que vai realizar e é importante na medida em que ajuda o grupo todo; hoje, nas sociedades ocidentais modernas, os seres humanos formam-se como indivíduos, a partir de suas próprias necessidades, fazem a sua vida particularmente e não em relação ao grupo, pelo menos aparentemente. Alem disso na contemporaneidade um mesmo individuo é multifacetado, fazendo parte de diversos grupos, bem diferente das pessoas nas sociedades tradicionais em que nasce-se e morre-se num mesmo grupo, sem a opção de migrar para outros.

Alguns autores defendem que hoje em dia vivemos um tipo especial de individualismo, “egoísta”, uma versão corrompida do individualismo de Marx (que considerava o individuo como um “homem completo”), assim estaríamos em uma sociedade fragmentada vazia, sem culpa, com relações superficiais e necessidades não necessariamente diretas para a sobrevivência, onde só somos vistos como diferentes enquanto consumidores, dadas as diferenças de consumo. Entretanto o individualismo não é necessariamente ruim. Há quem defenda que só com a propriedade privada o homem se separa da vida em sociedade tradicional e encontra um terreno pra desenvolver o seu eu, mas esse individualismo egoísta, influenciado diretamente pela sociedade do consumo, tribal mas não coletivo, deve ser pensado para se tornar mais hedonista no sentido mais contemporâneo de viver bem, desfrutar das potencialidades das quais você dispõe, preferir a felicidade à tristeza, buscar o melhor pra sua vida, sem fazer mal aos outros, ou pelo contrario, ajudar os outros a fazerem o melhor a eles mesmos, e não egoísta.

Conciência Individual e Massificação

O Circulo Bakhitiniano define a conciência individual como "um produto sócio-ideológico", isto é, o meio em que o indivíduo vive interfere nas escolhas em que por ele são determinadas. Essa idéia que foi citada sobre a conciência indivídual coloca toda uma sociedade em um mesmo patamar linguistico-idelológico, que não deixa de ser verdade pois o meio onde vivemos interfere na maneira de pensar e agir de cada um; mas isso não quer dizer que não tenhamos um pensamento livre para escolhas, assim defendido por Heller.


As teses citadas no parágrafo anterior, de certa forma, se complementam entre sí. Um sujeito só reconhece e é reconhecido livre, ou não, tendo uma consiencia de sí, para sí de liberdade do "eu" e do "outro", assim, um pensamento individual interfere no todo e o todo interfere no indivíduo de forma recíproca, notando que uma sociedade não é movida por um pensamento "igual" mas sim por cada indivíduo refletindo sobre o ambiente onde vive. De acordo com a sociedade atual, por exemplo, aceitamos o que nos chega do estrangeiro e refletimos isso para toda uma sociedade valorizando-o.






Sociedade do Trabalho e do Consumo - 10/11

Com a Revolução Industrial, um elemento se tornou fundamental para a produção capitalista: a mercadoria. Esta deveria gerar o acúmulo de capital. Dessa forma, na produção capitalista, o homem se torna apenas um agente produtivo.
A introdução da maquinária transformou o processo produtivo, o que conseqüentemente afetou a vida dos trabalhadores, fazendo com que eles se adaptem ao tempo das máquinas. Este tempo se tornou sinônimo de dinheiro.
Exemplo dessa sociedade do trabalho é o: Fordismo. Nele há uma massificação da produção, utilização de mão-de-obra barata e de matérias-primas naturais.
A modernidade e a tecnologia, ao invés de contribuir com a qualidade de vida das pessoas, fez com que o trabalhador se tornasse ignorante e escravo dessa modernidade.
Quando não centrado na na cultura do trabalho, o homem se foca na cultura do consumo. Um exemplo, da sociedade do consumo, é que o momento de lazer de um trabalhador se torna em recompensa pelo trabalho, e este tempo livre é preenchido com produtos capazes de proporcionar prazer imediato, felicidade, satisfação de desejos e auto realização.
Portanto, lazer na sociedade capitalista significa consumo. Assim, o lazer, além do trabalho, também é necessário para o sistema capitalista.

domingo, 15 de novembro de 2009

O Problema do Consumo Excessivo

A industria cultural é um fenômemo moderno de origem liberalista e
consiste em um sistema de produção de bens artísticos em escala industrial e mercantilização da cultura e do conhecimento. Fruto da industrializacao, acabou gerando um caos cultural.

Teve de ser aplicada uma padronização às musicas, às obras culturais, definir estilos e assim, auxiliar na venda dos produtos. A arte foi atropelada pelo consumo exacerbado.

Os meios da comunicação, informação e cultura foram engolidos pelo estilo de vida capitalista e seu consumo desenfreado. O entretenimento virou mercadoria.
Os EUA tem um poder violento de manipulação, subliminação, inserção e outras devidas ideologias para o benefício de sua sociedade baesada apenas no primordial lucro. Devastando assim qualquer ética, valor, pureza e todos os devidos aspectos em que uma sociedade se encontrava ao pré-consumo excessivo.

Diogo Ribeiro

sábado, 14 de novembro de 2009

O cotidiano como espaço histórico/ cultural

Na visão de Agnes Heller, o sujeito é “livre” para fazer suas escolhas, porém essas escolhas estão acompanhadas de um peso histórico/ cultural, como no caso de Mikhail Bakhtin. Porém Heller diz que essas escolhas do sujeito são individuais, isso quer dizer, não respondem por uma classe e sim residem no próprio indivíduo, que é por assim dizer a força motriz da sociedade.
Assim, é no cotidiano que acontecem as transformações, e não apenas em uma consciência de classe que se articula em diferentes caminhos, como algo homogêneo. Fazendo uma aproximação ao pensamento de Horkheimer e Adorno, essa separação do mundo em classes sociais, responde mais a uma visão fordista da sociedade como massa.
Porém esse indivíduo, que como já falado, esta ligado a um pensamento histórico/ cultural, tem a sua liberdade de escolha, mas dentro de uma gama de possibilidades que o próprio cotidiano traz para si. Usando um exemplo, bem grosseiro; um indivíduo que nasce em uma comunidade no “alto - Xingu”, necessariamente não seguirá apenas costumes de sua tribo, porém também não terá uma visão americanizada de mundo, pelo fato de o seu “passado” não responder por algo que não tem espaço em sua cultura.
Essa idéia de que é no cotidiano que as coisas se formam, leva-se a procura e o entendimento de como cada discurso é formado. É como já havia falado no texto sobre Bakhtin, o agir e o não agir respondem a escolhas ideológicas que podem ser tudo menos neutras – “não podemos dizer que temos um discurso apolítico, pois o simples fato de não querermos discutir política tem por trás uma escolha ideológica”.
Essa visão de que cada indivíduo cria através de uma relação social, demonstra como algumas idéias são impostas por uma determinada visão, e que é aceita como uma verdade absoluta. A idéia de que o Brasil foi “descoberto” em 1500, esta ligado a uma visão eurocêntrica de mundo e que é assumida por muitos. Pois, no momento em que assentimos que só existimos como país e povo, no momento em que Portugal chegou aqui, emulamos apenas a idéia que outro povo tem de que como “berço” da civilização saiu de seu continente para dar “inicio” a outros povos. Assim nossa consciência de povo, só é formada a partir da consciência que outro tem do Brasil.
Como Heller diz, se é no cotidiano que se forma o individuo, podemos perceber no Brasil, como cada dia mais aceitamos passivamente a este pensamento que vem de outra cultura. Um exemplo bem comum pode ser observado em nossa própria língua. Hoje os bancos têm um direcionamento para clientes mais “polpudos”, que se filiam a agências personalizadas para este publico e que têm nomes em língua estrangeira (Personalité, Prime, Uniclass). O que demonstra uma visão que boa parte dos brasileiros tem de que “tudo que é melhor” é algo estrangeiro.
Assim cada indivíduo é que faz o seu cotidiano, e é nele que se tem espaço para se entender os rumos e escolhas que cada sociedade toma e, portanto, é no presente que criamos o nosso passado histórico/ cultural.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Sociedade Consumista na Política

As reinvidicações libertárias de maio de 68 foram necessárias para que a sociedade do trabalho pudesse se transformar em uma sociedade consumista. Os estudantes franceses acabam, sem perceber, lutando pela liberdade de consumir e criando bases para uma sociedade que tem necessidade de produzir necessidades. Agora o consumo é apenas voltado para o consumo não para suprir necessidades. As relações nessa sociedade são superficiais, ao se relacionar buscamos no outro nós mesmos, procuramos pessoas iguais a nós e não ouvimos mais ninguém, por isso não criamos vínculos fortes, a não ser com nós mesmos. As tribos e pequenos grupos, que são característicos desse novo tipo de relacionamento social, são totalmente incapazes de fazer política, de pensar em classes sociais, pois não conseguem olhar a sua volta. A sociedade consumista hedonista, que busca o prazer próprio e individual, não consegue perceber que nos moldes que vivemos o prazer nunca vai poder ser pra todos.

Cabe aqui uma citação à Andre Parente que fala de um novo "Regime do Poder" onde a propaganda, o audiovisual e as imagens fazem com que os indivíduos possuam apenas clichês psíquicos e não consigam mais enxergar as imagens que vem de fora: “Se tudo nos parece uma ficção, uma ficção da ficção, se tudo parece conspirar para uma desmaterialização do mundo, se temos dificuldade em viver a história, é porque tudo parece já ter sido programado, preestabelecido, construído, calculado”

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

A tribalização da sociedade pós-moderna

Como já disse no texto anterior sobre a indústria cultural de Adorno, que seguia um método fordista de produção, essa indústria respondia a “anseios” de uma sociedade que era vista como uma massa homogênea, onde as relações eram feitas em um sistema de um para muitos.
Esta organização social que durou boa parte do século XX (até meados dos anos 90), ainda era muito ligada a laços sociais, desde os mais básicos como a família até classes sociais. Assim as pessoas eram cada vez mais ligadas a valores comuns, que tinham uma relação política e ética entre si.
Porém a partir da metade do século XX, algumas alterações comportamentais viriam a culminar na Paris de maio de 68. Entre essas primeiras mudanças podemos citar a música, que a partir do final dos anos 50 teve uma cisão entre pais e filhos, ou seja, com o surgimento do “rock” temos uma das primeiras manifestações onde o jovem já não queria mais escutar as mesmas coisas que seus pais. Isso levaria a uma nova ordem social onde cada vez mais se procurava a “liberdade”, liberdade essa que, alguns teóricos já preconizavam, entre eles Guy Debord, e estava ligada a uma liberação para o consumo, onde o que se procurava era um espaço onde o “homem” (jovem naquele tempo) pudesse usar drogas, música, roupas que quisesse e tivesse o comportamento que desejasse.
Essa sociedade de consumo que surgiu, e que hoje pode ser entendia como a pós-modernidade, mudou totalmente o modo de produção e relação que temos hoje em dia. Hoje saímos do fordismo e chegamos ao toyotismo onde a produção já não enxerga a sociedade como uma massa rígida, que tem apenas os mesmos anseios e que aceita tudo que lhe oferecem. Isso significa que hoje existe flexibilização da produção que faz com que as coisas sejam produzidas visando a pequenos grupos, que são diferentes dos outros e que trazem consigo a idéias de algo “livre” e único.
Um bom exemplo são as revistas, que décadas atrás eram feitas para atingir diversos “grupos” que assim teriam que se adequar a um mesmo produto. Hoje, diferentemente, temos uma infinidade de ofertas de revistas que servem para segmentos específicos dentro de um mesmo grupo. Por exemplo, existem revistas abordando os mais diversos temas, voltadas para o público feminino, porém segmentadas por nichos de idades, classes sociais, profissões, etc.
Assim a pós-modernidade é formada a partir de relações tribais - o autor Michel Maffesoli alerta para o fato de que cada vez mais a sociedade é composta de grupos onde seus indivíduos se sociabilizam preferencialmente entre si, criando uma identidade única que representa este grupo.
Como cada vez mais a sociedade está ligada ao campo das aparências (corporeísmo), começa-se a observar a divisão da sociedade em grupos tribais, gerando um “narcisismo de grupo” que faz prevalecer uma identidade não individual. Um indivíduo para estar integrado nesta sociedade, precisa esconder-se por trás de uma mascara que é “aceita”, para poder proteger seu individualismo.
Esta mascara, entenda-se aqui tanto a vestimenta/uniforme quanto o agir costumeiro do individuo, caracteriza o modo de ser dos membros dos diversos grupos sociais - parafraseando São Tomas de Aquino, “o hábito faz o monge”.
Nos grupos informais da sociedade pós-moderna existe a exacerbação do corpo concomitantemente com o desaparecimento do individuo em meio ao grupo – se por um lado o ser humano chega até mesmo às últimas conseqüências para se destacar na “multidão”, por outro ele estará portando uma persona igual às demais da sua tribo.
Assim podemos fazer uma aproximação ao que Durkheim dizia em relação a um “conformismo moral”, onde toda sociedade tem necessidade do conformismo/conformidade dos costumes, uma necessidade intrínseca de estar-junto. O elo que proporciona este estar-junto pode ser racional (contrato, costumes, interesse cultural, político, econômico, etc.) ou imaginal (afeto, atração, sedução, etc.).
No meio social a imitação liberta o individuo “dos tormentos da escolha” (expressão usada por Maffesoli), ao mesmo tempo em que o identifica como membro de um grupo. Sendo assim, esta imitação será o fator emblemático de agregação social dentro de um grupo ou tribo.
Na pós-modernidade, a reunião e a separação são relativas, pois o indivíduo transita de uma tribo para outra e veste o traje adequado para cada ocasião.
Assim sendo, tanto na maneira de se vestir, pensar ou agir, estamos, como afirma Maffesoli em No Fundo das Aparências, diante de uma “seqüência de conformismos mais ou menos cambiantes”, o que caracteriza que se vive em um constante presente, onde cada indivíduo não segue preceitos constantemente, mas muda de uma “moda” para outra conforme sua vontade.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

Industria Cultural

   Segundo Adorno e Horkheimer,a produção cultural, é vista como formadora de mercadorias. Produtos culturais como filmes, programas de rádio e TV ,revistas são comparados em seus processos de produção ao ritmo de produção no planejamento e concepção de um automóvel em série(fordismo). A indústria cultural fornece bens padronizados simplesmente para satisfazer a diversos níveis de demanda por cultura e entretenimento(monopolização de ideias e cultura).
    Toda mídia,mudou seu foco de informação e ou/entretenimento,para o capitalismo,assim transmitindo para o público uma ideia em massa de consumir isso ou aquilo;o que é bom para mim ,é bom para você,beba isso,coma aquilo e você será igual ao mocinho do filme,ou ao galã da novela.
   Quase nada é novo,e sim modificado para o seu conforto,mais pratico,mais acessível para todas as classes,sendo assim, manipulando a todos.

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

INDÚSTRIA CULTURAL

Publicado pela primeira vez em1947, pelos filósofos marxistas alemães e fundadores da Escola de Frankfurt, Max Horkheimer e Theodor Adorno no livro A dialética do iluminismo. O conceito de indústria cultural surge da modernidade e do sistema social gerado apartir da Revolução Industrial. Os autores analisam quando a arte tem suas necessidades padronizadas e manipuladas por uma repressão que rege a sociedade capitalista industrializada. O termo “indústria cultural” veio dos princípios que a industrialização trouxe e criou para a arte. A arte é transformada por efeitos técnicos, misturando a ficção com o real e acabando com a espontaneidade e imaginação das pessoas.
A indústria cultural com sua estratégia capitalista quer transformar a arte e o lazer em objetos de desejos, prazer e felicidade. E essas sensações são passageiras e logo quando o desejo é realizado a indústria cultura se encarrega de criar outros. É por isso que nunca lembramos quem foi o mocinho da última novela das 8 ou a música que fez sucesso no verão passado. Ela baseia-se no divertimento, e o poder que ela exerce sobre os consumidores está justamente nessa sua capacidade.
Adorno e Horkneimer, os primeiros a utilizar a expressão “indústria cultural” na década de 40, estão entre os que acreditam que esta indústria desempenha as mesmas funções de um Estado fascista e com base no totalitarismo moderno ao promover a alienação do homem, entendida quando o indivíduo não medita sobre si mesmo e sobre o meio social ao seu redor.
Os produtos são totalmente liberados para o consumo, manipulados e popularizados. A televisão, o cinema, o rádio, a revista, os meios de comunicação de massa são os veículos de propagação desses produtos. O trabalhador que exerce tarefas mecanizadas e cansativas no trabalho assume o papel de válvula de escape e para a camada da população que não tem acesso a educação e onde prioriza a formação de sujeitos críticos cria-se uma alienação. Crianças, adolescentes e jovens são os mais fáceis de atingir, basta analisar o efeito que a moda e as propagandas causam sobre eles.
A TV se destaca com as antenas parabólicas que possibilita o acesso para milhões de pessoas, além disso, a mensagem veiculada atinge todos: compre isso, compre aquilo. Então o tempo livre para o lazer torna-se tempo para apropriar-se do que o sistema proporciona para os indivíduos, que recebem passivamente e sem questionar. O modo de vestir, marca de bebidas, cigarros, produtos de beleza, carros, comportamentos e opiniões, tudo isso e muito mais são, sutilmente, apropriados pelos consumidores dos programas, telenovelas e filmes hollywoodianos.
Destacando que o acesso aos bens culturais não é igual para todos os sujeitos, incluindo os produzidos pela indústria cultural. Apenas 7% das cidades brasileiras possuem salas de cinema. Apesar de o vídeo ter ampliado a possibilidade de acesso aos filmes, a TV ainda é a grande veiculadora desse bem cultural.
Esse é o quadro caracterizador da indústria cultural: revolução industrial, capitalismo liberal, economia de mercado, sociedade de consumo e o aparecimento de uma cultura de massa. Grandes instantes históricos dessa cultura são os períodos marcados pela era da eletrônica e da eletricidade, quando o poder dos meios de comunicação se torna praticamente irrefreável.